Cerca de 200
manifestantes fazem protesto, na tarde deste sábado, contra as remoções
promovidas pela Prefeitura do Rio para as obras das Olimpíadas de 2016.
Intitulado "Remove o Paes", o ato teve início no Alto da Boa Vista, onde
o grupo se concentrou para dar início à caminhada até a casa do
prefeito Eduardo Paes, na Gávea Pequena. Um dos integrantes do movimento anunciou, em um carro
de som, que pretende fazer uma vigília na porta da casa do prefeito.
"Trouxemos material para fazer uma fogueirinha e bastante casaco.
Ninguém aqui tem medo de frio, todo mundo tem disposição para lutar",
disse o representante no microfone.
Após quase uma hora
de caminhada, o grupo chegou à casa de Eduardo Paes. Com barracas de
acampamento, mantimentos e cartazes, os manifestantes pretendem
permanecer no local, a exemplo do que aconteceu com o governador Sérgio
Cabral, no Leblon. Manifestantes fizeram protesto no Alto da Boa VistaA comunidade do Horto, na zona sul da cidade,
onde 621 famiílias estão ameaçadas de remoção pelo governo federal,
estava representada pela doméstica Zuleide Neves Alves, 83 anos,
moradora há mais de 70 anos na região, que participava da caminhada, de
quase 3 quilômetros até a casa do prefeito. Segurando um retrato com
toda a família, ela disse que tem “fé em Deus” que não será removida de
lá. "Quando nós fomos para lá, não tinha casa, não tinha nada, tudo era
mato. Aí fizemos as casas e ninguém invadiu nada. Meu marido trabalhou
lá escavando para poder erguer a casa". Outra comunidade que luta para permanecer no lugar é a Vila Autódromo,
construída há mais de 40 anos ao lado do antigo Autódromo de
Jacarepaguá. A professora Inalda Mendes Brito, que mora há 35 anos na
comunidade, disse que os moradores são descendente de pescadores.
Segundo ela, o prefeito Eduardo Paes não era nascido quando os moradores
foram para lá. Inalda acrescentou que duas universidades federais – a
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Federal Fluminense (UFF) - já se
prontificaram a fazer projetos de urbanização da Vila Autódromo. A prefeitura do Rio quer oferecer apartamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida, já em fase final de construção na Estrada
dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, mas eles recusam a oferta da
prefeitura. "Nós somos contra. Primeiro, o Minha Casa, Minha Vida ser
utilizado para remoção e, segundo, quando o programa foi lançado era
para abater a falta de 8 milhões de habitações no país. Então, para que
vai retirar quem já tem, se há 8 milhões na fila para pegar [casa]”,
disse Inalda.
Outra comunidade presente na manifestação é
a dos Moradores de Tubiacanga, na Ilha do Governador, ameaçada de
remoção, devido a um projeto da Secretaria de Aviação Civil (SAC), de
construir uma terceira pista no Aeroporto Internacional Tom
Jobim/Galeão. A comunidade é a maior ameaçada de remoção, com 6 mil
moradores. A comunidade de Tubiacanga é oriunda de uma colônia de
pescadores da Ilha do Governador e existe há mais de 70 anos. Uma das
representantes da comunidade, Rosemar Maria, disse que está muito
preocupada com a remoção das casas.
"Ninguém quer sair de
Tubiacanga. É um lugar tranquilo, como poucos que existem ainda na Ilha
do Governador. Eles já mandaram um representante de Brasília, mas não
apresentaram projeto algum. O que a gente quer é saber se Tubiacanga sai
ou Tubiacanga fica?", questionou. Policiais militares e agentes da
CET-Rio acompanham a manifestação. Com Agência Brasil
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF)
- Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia.
Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.